quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sensações reminiscentes

Cheia de palavras flutuantes.
Esticando o tempo para não ter que partir, porque tudo que temos se preserva no gosto das horas ininterruptas, nas quais nossas peles se tocam de forma terna e ficamos eternamente livres de qualquer outro universo que não seja o hoje, agora.
Inúmeras vezes a ilusão do alvorecer fez tudo mais belo e perene, como laços sempiternos emaranhados entre vinte dedos, paixão quimérica, utópica... Apenas devaneios e exageros de um bem estar aparentemente infindável.
Não há motivos para tentar superar o que se preserva nesse espaço de tempo, onde a magia dos encontros ainda não expirou. Tudo foi reservado para nós e prolongar o olhar, faria com que ele se acostumasse ao tipo de luz que vejo emanar, meus olhos se adaptariam e eu começaria a vislumbrar a rotina de vidas incongruentes, invariavelmente escravas de seus próprios sonhos, desejos e aspirações.
Não se engane, desabamentos não fizeram com que o batimento se tornasse estático ou rijo, as veredas por onde passou que fez com que isso tudo o tornasse iniludível. Melhor para ambas as partes, ninguém perde o que não tem nem se cansa do que faz falta.
Só o que peço é não me perca, nem se esqueça.
Guarde o cuidado e preserve sua forma mais doce e gostosa, não transforme essa liberdade em despudor. Não recrimine, caso o aborde de forma lasciva. Olhares concupiscentes normalmente transformam todo o apreço em momentos triviais e tudo se consome de forma corriqueira.
Saboreie o momento de forma efusiva, para que o cronômetro regressivo da felicidade convencional preencha os espaços, deixados por todos os dias em que o raiar passou desapercebido e não permitiu que eu pudesse sentir, a energia do calor nos primeiros feixes de luz que alcançam minha face.
Noites sempiternas, dias de soerguer as palavras e apoiar sentidos.

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