sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

I'm on the highway to hell...And I've been workin' like a dog. It's been a hard day's night. I should be sleepin' like a log.

O silêncio deu um grito.
O princípio da rachadura vêm de abalos císmicos anteriores e interiores.
Surgiu um rio de fogo que descamba na embriagues de não querer polemizar o que não tem solução.
Mais uma vez a contradição dá voz ao traidor.
Outras razões viram sombras de algo ausente porém palpável.
As semelhanças assustam, pois estão longe do desejo de viver, para quem sabe um dia, o ser. Idéia assustadora...
A ausência sempre nos leva à uma busca do que queremos encontrar, mesmo que usemos de artifícios para não murchar, para não desistir.
O óbvio e cotidiano é a música, mesmo que as redondezas sejam o inferno. Ó mantra!
Sempre vai tocar algo que apazigue minha trizteza e revolta.
-alcalinos pros meios ácidos-
Nem tentar, nem pensar, nem respirar sobre...pois dói.
Lá continua tudo igual, a mesma despretenção de nada dizer, os mesmos assuntos corriqueiros, o alívio descendo gelado, às vezes nem tanto.
Evitar o confronto é o novo conforto.
Obrigada "pai"





Yeah I'm going down anyway

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

no more yada yada

Quanto maior a teia de julgamentos, mais fácil fica se enrolar nela.
Sem paciência pra vitrine das vaidades, das mais fúteis às mais intelectuais...
O que sobra? Excesso de disputa para pouca troca, muitas idéias pré-concebidas sendo repetidas, engajamento de fim de semana, pra encontrar a galera.
Não sei o que mudar, como começar, pois quanto mais vejo quanto esforço é necessário para se adaptar, mais penso em me guardar e nada mais precisar argumentar.
Seu eu algum dia eu me transformar em letras, meu sonho será, virar um abraço...
Um gesto vale bem mais.

domingo, 21 de agosto de 2011

Limites co-criativos

Liberdade intelectual ou criativa é a essência da arte, por mais íntima e pessoal que possa ser.
O bloqueio que tenho reside na falta de respeito alheio, na mania das pessoas pegarem um conceito desenvolvido por alguém e tomá-lo para si, de forma superficial, transformando-o numa casca oca.
Um conceito pode ser discutido, desconstruído, alterado, de um jeito que, de alguma forma, revolucione uma história ou um pensamento, um suspiro ou uma sensação.
A idéia solta pode mostrar o teor do conceito, mas após a fixação desse conceito com base nessa idéia, deixar que outros a mudem, à sua revelia, é deixar que mutilem a criação parida.
A sensação é a de uma mãe, que após aguardar nove meses, sentir as dores do parto, se esforçar e relaxar, tem a notícia de que, como o médico não conseguiu tirar o bebê inteiro, resolveu trazer ao mundo apenas a cabeça...
A simples imagem de uma cabeça solta me dá arrepios, embrulho, não por uma cabeça solta ser tão desagradável, mas por não ser essa a idéia inicial, a que foi concebida!
Quem decide o que é importante ou não? É justo pegar algo próprio de alguém e alterar de forma tão leviana?
Não sei lidar com a ânsia de quem quer criar à partir das minhas entranhas. Não acho justo ceder a alguém que deseja apenas uma realização egoísta, que busca o gozo próprio através do esforço alheio, sem qualquer parceria ou respeito...
Quando morrer não quero que ninguém compre ou receba meus direitos.
Quero plantar sementes soltas, em lugares de ninguém, mesmo sem a certeza de que vingarão.
Preciso passar o que se passa, o momento, sem definir a linguagem ou argumentação.
O que digo ou o que mostro, coisas que vem a mim da mesma forma que se vão, sou eu e é assim que pretendo ser, parte de tudo, sem qualquer filiação ou compromisso com nada nem ninguém.
O fato do que transmito não ser rotulado não da o direito de ninguém fazê-lo.
Uma frase que não tem pontuação, não abre espaço para alguém que quer simplesmente pontuá-la, pois pode ter sido feita para ser completa posteriormente, à partir de reflexões, não através de pontuações que definem sentido pessoal ao que pode não ter.
Sigo tentando não me aborrecer, com o comodismo de quem não quer criar da massa bruta, mas apenas enfeitar o pré-moldado alheio, para chamar de seu...
Mas se o aborrecimento explodir, que seja em forma de ação, para que ninguém mais possa se apossar de parte do que eu digo mas não chego a concluir.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Desculpe ser assim

Eu sinto muito
em excesso, de forma desmedida
sem pudor, sem querer, sem dizer
Dói no tórax uma ansiedade e ao mesmo tempo uma angústia de não ter medo de tentar
Queima mais o pavor de ser mal compreendida
E se a falta de caminhos fosse o problema a solução já teria sido imposta pela vida
O excesso de vontades e possibilidades que me amarram à necessidade de ser feliz
Preciso realizar coisas que transmitam algo, que transbordem tudo que implode em mim e não floresce por falta de luz do sol, por abulia
Fica tudo aqui guardado, inútil e cada vez mais improvável.
Temo não suportar novamente ser podada, tolida, a ponto de perder toda sensibilidade, a criatividade, para "sobreviver".
Não sei mais viver só de arroz, feijão e pão.
Minha sede me marginaliza, me traz um meio de viver numa utopia
Sem de forma alguma depreciar nada, nem me julgar maior, penso que não fui feita para este lugar
Me adapto, me refaço tentando não esmoecer na frustração de concluir que...
Talvez todo o horror não consista em morrer em busca de plenitude.
Talvez a morte seja viver de frustração, catando os restos jogados por quem controla sua rotina
A cada ano que passa, eu existo um pouco menos.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O alcoólatra que reside a vinícola

Fantasmas no meu armário que me fazem perder o grito
Grito surdo dos meus pesadelos de sempre
Melhor não dormir, mas devo admitir...ainda temo
Tudo e qualquer coisa que esteja por vir
Boa ou ruim
A única certeza, é a de que algo se perderá
Cada perda se torna mais valiosa à medida que o tempo a afasta
A perspectiva deveria fazer o inverso
Ou talvez a insistência nisso tudo seja o problema 
Por ânsia de futuro
Sempre avançando vinte passos
Por nostalgia e saudade do que eu era
Continuar, retornando dezenove
Entre uns passos e outros tropeços
Pulando de abismos
Jogada em certas paredes
e sempre, me chocando com o cenário

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Documentando roteiro de um não-filme já visto

É uma época fria para uma piscina de rostos completamente rasa.
É uma guerra ensandecida, com tiros disparados por megalomaníacos, que supõem conhecer toda a verdade de tudo o que tocam e afirmam.
Uma geração inteira onde a falsa rebeldia adolescente dura mais que vinte anos. Neverland tá longe de conseguir comportar esses projetos de pensadores, que só sabem reproduzir de boca cheia o que ouvem de alguém interessante por aí.
Reproduzem filosofia alheia sem nada absorver, projetam uma sombra maior que o próprio limite, se lançando porque precisam ser percebidos, almejam ser notados como produtos de sucesso.
Carência afetiva, solidão, soberba, falta de empatia ou qualquer coisa que nem Freud explicaria...
Dentro de todos os significados delineados por gestos cuidadosamente estudados e laços friamente calculados, pasmo observando o quanto rodas giram em torno de sorrisos cegos e gritos mudos.
Será este o fim de todo o tato? 
Pelo visto, bom mesmo é toda e qualquer educação sendo deixada de lado, exceto, na hora da escalada social, onde o ego aguarda ansiosamente o próximo prato.
Reações não podem ser racionalizadas, nem abraços tão racionados.
À medida que as coisas surgem à volta deste caos de informações desencontradas, a concepção do que é verdade vai se dissolvendo num mar de inutilidades práticas.
Não existe luta ou resistência. Não há escapatória, apenas sobrevivência.
Será este o real pesadelo?
O estômago contrai e os músculos enrijecem suplicando um pouco de doçura, troca e calor humano.
Não percebem que toda disputa terminará em perda de tempo.
Se não há nada a aprender, também não há nada a ganhar.
Tanta atuação, para no fim das contas perceberem que a câmera estava o tempo todo desligada.
TRISTE
FIM

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Reflexão pós-síndrome Quixotiana II - Extremos afiados e obtusos "Com todo respeito"

“Com todo respeito” 
É o prefixo  infeliz de toda sentença que seguirá com algo, provavelmente, bem vulgar e desnecessário.
“Com todo respeito” 
É uma máscara de redenção, pra todo o lixo vocabular proferido, inclusive o que segue abaixo.
Sim, são desculpas que precedem o texto. Ninguém é obrigado a ler este estopim de insubmissão aguda, recheado com alguns termos de baixo calão. 
Em excessão, o texto não contém meias-palavras. O objetivo é qualquer um, menos o de calar ou paliar algo que foi visto e vivido, centenas de vezes, por centenas de pessoas que já se sentiram constrangidas ou reprimidas. 
“Com todo respeito”, no início de uma frase tem um grande poder pra quem diz. Primeiro porque dá a impressão de ser algo que não tem a menor intenção de ofender, mesmo que seja algo vulgar, torpe ou invasivo. Segundo porque praticamente te impede de responder o bom e velho “COM TODO RESPEITO VÁ À MERDA”, principalmente em ambientes públicos.
O “com todo respeito” obriga o(a) interlocutor(a), a levar algo na brincadeira, é a "licença" das convenções sociais.  
Por que isso? Porque qualquer minoria, ou maioria discriminada, precisa engolir alguns preconceitos ou pilhérias. Por que ser insultado de qualquer coisa é melhor do que ser chamado de RADICAL e ser excluído por mais este motivo. 
Isso poderia ser comparado a um estrupro psicológico, onde o importante é que, mesmo que esteja se sentindo invadido, seja necessário permanecer calado, em nome da tal liberdade de expressão do próximo, que em muitos casos, é usada para afrontar o primeiro impunemente.
Mas e a liberdade de expressão, de quem não está de acordo com o (pouco) respeito que lhe foi oferecido? Não deve então haver denúncia, em nome da liberdade do autor da injúria? Se fosse este o caso não haveriam tantos processos por danos morais.
Gosto de tocar neste assunto tratando de questões sociais, que podem ter relação com gênero, cor, religião, sexualidade, padrão estético e etc, porém tratar de todas essas questões, seria quase escrever uma tese e não é esse o objetivo(ainda). Com o tempo talvez eu consiga expor o que penso, da mesma forma, com relação à todos os casos citados no início deste parágrafo.
Como um pequeno exemplo, cito desta vez o caso das mulheres, sem o menor medo de ser acusada de feminista.
Sexo feminino, GERALMENTE, criado com bonecas de bebês, assistindo a clássicos sobre princesas, que vivem escovando os cabelos e se enfeitando, fazendo tortas, cantando e aguardando o príncipe -ou seja, o casamento- para que elas possam procriar e dar continuidade à espécie. Se a mensagem subliminar da criação machista é novidade para alguém, basta tentar olhar para o passado com um pouco mais de atenção.
Isso não quer dizer que são todos pais sádicos e facistas, ou que a mulher não deva gostar de nenhuma das ações acima descritas. O contra-senso não está em nenhum dos atos citados. O perigo vive silencioso, na criação da mulher como objeto ou meio de perpetuação da espécie acima de qualquer interesse pessoal dela mesma. O absurdo está na submissão histórica, cultural e religiosa, que muitas vivem até hoje. Não podemos ignorar que foi, só através de movimentos radicais, que pudemos ser ouvidas, balanceando um pouco a desigualdade abissal no respeito oferecido, entre dois grupos de diferentes gêneros. 
Por que devemos nos calar e ter calma, enquanto há tanta brutalidade nos arrombando os olhos e ouvidos, todas as vezes que saímos de casa? O peso das palavras vai muito além do tão utilizado e batido palavrão. Ofensa é a entonação com que ouvimos um pseudo-elogio como se fossemos um peças penduradas no açougue. Vocabulário patético é aquele dos diálogos onde chovem os “tá ligado, gata?” que nos entornam goela abaixo, como se fossem vírgulas.
Vivemos em uma sociedade materialista, carnal, consumista, machista, que nos obriga a andar dentro da cerca como ovelhas acuadas por lobos.  
O sexo masculino, GERALMENTE imbuído de preconceitos já na infância, tendo que crescer e viver baseado nas cobranças e responsabilidades arbitrariamente impostas a eles. Sofrendo a pressão de ter que corresponder ao comportamento esperado e o único bem visto, para ser aceito pela sociedade em que vive.
O caminho permanece o mesmo. O mesmo trajeto, para cumprir com a maldita rotina, onde ninguém grita, ninguém se rebela. 
Tentamos conviver com a vontade inquietante de romper com tudo e todos os paradigmas, com um impulso de replicar cada pequena menção, de uma possível ofensa, depois de passar por tanto tempo, calados...
Ouvimos tanta coisa que não vale a pena responder. Pela falta de confronto as pessoas continuam pensando que vale a pena nos dizer bobagens. São tantas mentes torpes e limitadas, tantas vidas galgadas em mentiras e atuações.
Implodir costuma ser o vício de quem foi ensinado à se conter.
Oprimir através dos pais, da religião, do senso comum...diariamente cercados por muros aparentemente intransponíveis. O que fazer?  
Quem define a moral e os bons costumes? As mesmas lideranças mundiais que ainda permitem mulheres de outras culturas sejam mutiladas à força na infância? As mesmas pessoas que definiram que o sobrenome do pai é o último, que é o que fica e perpetua o nome da familia?
Entre a cruz e a espada, repudio esta imposição de posições e posturas corretas para cada gênero. Entendo por liberdade, a capacidade de ter a visão ampla e panorâmica do mundo, de enxergar igual as particularidades, de cada ser diferente e agindo de acordo com esta percepção. É preciso mais respeito com o espaço alheio, precisamos de lideranças que entendam que não somos todos iguais, mas que devemos ser julgados de forma imparcial.
Às vezes é necessário que haja um posicionamento bem definido, ainda que racional, sem que haja nenhum medo de ser imoral, diante dos olhos e grilhões das mentes puritanas.
Se isso parece de alguma forma radical, sugiro um estudo sobre a história do mundial, sobre os maiores ditadores do planeta. Um assunto sempre atual, já que vivemos num mundo onde algumas palavras de maiorias reprimidas, ainda são abafadas por aqueles que se dizem livres para governar sua própria cultura, em nome da liberdade de expressão(quando eles impelem qualquer intervenção externa), mas que eles não dão aos seus cidadãos. 

quarta-feira, 30 de março de 2011

Reflexão pós-síndrome Quixotiana I - memoveventocomovelento

Um "se" pra dez "serás"...
De volta em volta, vão ao meio
no eixo do finito circular eterno
da meia-lua, ao vértice perfeito
que não corro contra nem atrás
pois se brigo, canso do manso batido
do vento deixando mover e levar
da água levando a girar
de mais uma volta pra me pendurar
pra tentar mais uma vez
do alto da embriaguez
ver um ponto de sensatez
no horizonte ambulante
inconstante e inquietante
que também há de perecer
que tem pressa de se retirar
 pra recomeçar e renovar
ou pra passar os dias
no balanço distraído e descontraído
de quem não quer descer
nem parar de comtemplar
o atraso que sempre se antecipa ao moinho
e o tempo da volta sem hora
do trabalho sem peso
e da natureza mecanica natural
do movivento sem compromisso
rumo ao contentamento
que segue suave e macio
e que longe de ser estático
está sempre à frente
quem sabe até num sentido
que dependendo da velocidade
pode se tornar elíptico...