segunda-feira, 30 de maio de 2011

Documentando roteiro de um não-filme já visto

É uma época fria para uma piscina de rostos completamente rasa.
É uma guerra ensandecida, com tiros disparados por megalomaníacos, que supõem conhecer toda a verdade de tudo o que tocam e afirmam.
Uma geração inteira onde a falsa rebeldia adolescente dura mais que vinte anos. Neverland tá longe de conseguir comportar esses projetos de pensadores, que só sabem reproduzir de boca cheia o que ouvem de alguém interessante por aí.
Reproduzem filosofia alheia sem nada absorver, projetam uma sombra maior que o próprio limite, se lançando porque precisam ser percebidos, almejam ser notados como produtos de sucesso.
Carência afetiva, solidão, soberba, falta de empatia ou qualquer coisa que nem Freud explicaria...
Dentro de todos os significados delineados por gestos cuidadosamente estudados e laços friamente calculados, pasmo observando o quanto rodas giram em torno de sorrisos cegos e gritos mudos.
Será este o fim de todo o tato? 
Pelo visto, bom mesmo é toda e qualquer educação sendo deixada de lado, exceto, na hora da escalada social, onde o ego aguarda ansiosamente o próximo prato.
Reações não podem ser racionalizadas, nem abraços tão racionados.
À medida que as coisas surgem à volta deste caos de informações desencontradas, a concepção do que é verdade vai se dissolvendo num mar de inutilidades práticas.
Não existe luta ou resistência. Não há escapatória, apenas sobrevivência.
Será este o real pesadelo?
O estômago contrai e os músculos enrijecem suplicando um pouco de doçura, troca e calor humano.
Não percebem que toda disputa terminará em perda de tempo.
Se não há nada a aprender, também não há nada a ganhar.
Tanta atuação, para no fim das contas perceberem que a câmera estava o tempo todo desligada.
TRISTE
FIM

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